Galera da rua x Galera do mundo

Quando eu era criança, tudo parecia ser mais fácil, não estou falando em questão de ter coisas materiais ou comida na geladeira, pois isso era mais difícil de conseguir, lembro do meu chinelo com furo que deixava arrastar o meu dedão no chão, da minha bermuda rasgada no meio e colocada de mal jeito. A bola de futebol faltando costura… Hoje em dia o mendigo anda mais arrumado do que eu na época. (Risos)
Tirando claro a brincadeira e as exceções, pois nem todas as famílias eram pobres, mas sim a a maioria, quando eu era pequeno tudo era muito mais fácil. O acesso as pessoas, não existiam tantos bloqueios, os mais velhos eram rigorosamente respeitados, a popularidade era diferente, principalmente a minha. As pessoas gostavam mais de mim, eu era chamado para o time de futebol na rua, as garotas me adoravam, eu tinha amigos de verdade e não sabia o que era estresse. Meus maiores problemas era entrar para tomar banho ou chegar atrasado do colégio para ver a Turma do Chaves no SBT. Era só isso e o mertiolate.


Mas hoje, cara, hoje é tudo tão diferente. Eu não tenho o melhor emprego do mundo, estou numa idade que eu sei o que quero mas não sei como chegar lá, Não sou popular, estou diariamente paralelo as “patotas” do trabalho, da faculdade, da rua, tenho uma namorada que mal me ouve, e uma família que basicamente não me entende por completo. Sei que sou amado, por três pessoas talvez, mas o que de fato me espanta é que o mundo tá muito diferente e essas redes socias como o Facebook, Whatsapp, Skype, Google+ e Instagram, estão estragando as pessoas. As amizades estão sendo medidas pelo numero de acessos que você tem, pela quantidade de curtidas que você recebeu em sua foto. Se já não bastasse, quando você desfaz o ciclo com alguém, você terminou a amizade com ela pra sempre, fim de papo.
Mas amigo, é muito estranho isso tudo pra mim e eu não entendo muita coisa. Quando eu era pequeno eu não sentia a falsidade nas pessoas, muitas das vezes falávamos na cara do amigo, pois criança era assim, íamos para casa e no dia seguinte estávamos jogando futebol juntos. Não se trata de aprender a esquecer do ocorrido, mas sim de não ser falso com a outra pessoa, fingir que está tudo bem e por trás falar mal dela. Eu cresci e aprendi isso com as pessoas, e fui percebendo que a gente aprende mais coisa errada do que certa. E todo dia acabamos por nos tornar pessoas piores e nos culpamos por tudo, e nos angustiamos, mas foi isso que a sociedade nos ofereceu o tempo todo. Que bela herança não?

Consequentemente, hoje eu não faço parte de grupo nenhum, não sou popular, não sou bem visto, há pessoas que me odeiam e querem me ver no poço. Pergunto a maioria das vezes o porque, mas nunca chego a uma resposta. A única coisa que sei a resposta é que o grupo da minha rua é bem diferente desse grupo que a gente conhece no mundo. É tanta coisa podre que você fica abismado, saio de casa todos os dias pensando nas pessoas que eu vou encontrar, porque sei que elas lutam por glamour, por dinheiro, ninguém quer perder ou ceder o espaço para o outro, é um leão por dia, ninguém se respeita, as pessoas te agridem com palavras, falam mal do seu corpo e não se veem no próprio espelho. Te pisam, te olham com indiferença e se você não faz parte de nenhum grupinho então… poxa, você é o coco do cavalo do bandido. E nem mosca te quer.

Ser criança era tudo mais fácil, ser adulto nos dias de hoje é quase impossível. Quando você pensa que você está agradando, você está sendo bobo. Quando você pensa que você que está ajudando, eles estão te usando. “O mundo é dos expertos” eu ouço sempre. Então eu digo: Deus, me dê a doença do Benjamim Button, porque ser adulto para o resto da vida, está pauleira!

2 comentários:

  1. Oiie parabens pelo blog, Te indiquei em uma tag se quiser responder da uma olhadinha lá.

    http://idioticesdeumnobre.blogspot.com.br/2014/02/tag-conheca-blogueirao.html

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    1. Olá Sérgio, muito obrigado pela visita, estou indo agora no seu blog conferir!! Pode deixar!

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