Evolução

Eu sinto que evolui. De uns tempos pra cá eu sinto. Em um ano evolui o que na vida inteira nem cheguei perto. Eu sinto. E é tão bom saber disso. A evolução está em minhas palavras, em meus atos. Mas quando isso acontece, inevitavelmente, encontramos barreiras, provas que nos levam ao extremo. Vejo-me num daqueles famosos programas que testam seu limite. Até onde vou por isso, ou por aquilo? Só que no meu caso eu não pedi. O crescimento veio naturalmente, feito um personagem de “Pokémon”, ou de algum episódio de “Power Ranger”, gritando: - É hora de morfar!
É hilário, dou umas três gargalhadas antes de continuar, mas é verdade. Estou feliz com esse novo “eu”, um ser mais leve, mais confiante, mais maduro, menos conceituado, menos quisto, menos… mais… menos… o fato é que não dá pra se ter fama sem querer ser reconhecido no supermercado.
No meu caso é o contrário. Cansei de sentir vontade de sentar na poltrona do Jô. Cansei de querer aparecer durante a noite em eventos super badalados em que todos os meus amigos estavam lá, no qual a bebida rolava solta até altas horas da madrugada e, onde no final, ninguém entendia o porquê daquele intervalo de solidão ao girar a chave para abrir a porta de casa. Ninguém nunca entende. Mas hoje eu consigo enxergar e não me arrependo nem da metade do que já fiz na vida, meus netos precisam de histórias e eu terei um canhão de informações e contos para jogar sobre a sala, no tapete, será só encaixar ou ter a paciência de montar igual LEGO. Mas hoje sinto que esse tempo passou, se deu para encher minha mala biográfica de “coisas interessante que só se aprende por aí”, então sou o cara mais sortudo desses últimos segundos. Porque dos próximos há quem seja.
Já passei por tantas coisas nessa vida. Bato no peito. Com orgulho. Quem ainda não se sente a vontade para fazer tal esforço, então viva um pouco mais, aprenda um pouco mais, pois é o que sempre faço. Aprendo! E assim caminho com minhas belas pernas cabeludas e brancas. Tudo bem, não tão belas assim, mas cheias de histórias para contas. É só acompanhar as marcas no asfalto.
Eu não estou pedindo para me deixar a sós com os meus quadros antigos, eu prezo a amizade, o contato. O que digo é que não me faz falta a vida agitada, o exibicionismo extremo, a falta de personalidade constante. Subir uma trilha ao lado de pessoas queridas já me basta. Chega de night, eu quero o light. Chega de parecer aquele playboyzinho. Eu não sou. Nunca fui. Mas há muito passei uma imagem de super-herói em quadrinhos quando na verdade eu era o vilão.
A evolução está estampada em meu rosto e muitos me zoam por isso. Eu não ligo. Aceito porque sei que eles jamais iriam entender. Sou novo, sei disso, assim como sei que tenho muito pela frente, mas as vezes a reação da vida chega mais cedo para alguns. Foi o que aconteceu comigo. Estou reagindo a toda essa euforia descompassada e desenfreada em que vive o mundo que não olha para trás e nem para frente. Desculpa o termo mas já fiz muita “merda” na minha vida, a maioria foram “merdas” sem gordura “trans”. Talvez essa sublimação conquistada esteja vinculada com a responsabilidade adquirida com o tempo. Como eu disse anteriormente, tive que aprender muitas coisas e isso ajudou a me tornar o homem que sou.
Jamais serei espelho para ninguém, e essa postagem não é com essa intenção. Apenas gostaria de compartilhar essa tal evolução. Minha. Não sua. Mas sinta-se em casa para fazer parte. De fato não conquistamos as coisas sozinhas, precisamos de pessoas, o mundo é feito de pessoas que se ajudam, apesar de eu poder contar nos dedos, sou grato até pelos meus inimigos. Pois foram eles que fizeram com que eu não desistisse.
Continuarei ser eu mesmo. Ainda ouvirão falar muito de mim, mas essa fama, acredite, não será imposta pela minha pessoa, será uma fama projetada pelo meu potencial vista por aqueles que acreditam nele. Tenho fé que tudo vai dar certo como tem dado até agora. Com meus sentimentos à flor da pele, sempre. Com meus poemas, minhas músicas sem tom, com minhas peças inacessíveis, com meus contos e crônicas desajeitadas mas fieis ao meu propósito. Todos ainda verão meus textos por aí, ou por aqui feito modelos expostos na vitrine, nus aguardando a vendedora enfeitá-los com roupas da moda.
Ainda serei lembrado pelas coisas que não pude fazer, como a vontade de dizer – “Sophie!* Que saudade tenho de Sophie!” Mas não há Sophie, nem saudades, nada tenho… é só um sonho de alguém que não existe.
Nova fase, esse é o meu novo início. Aliás, o blog é feito disso, de novas fases para novas idéias. Eu comprei o futuro sem saber do presente que há dentro dele. Eu não ligo, estou evoluindo, isso resume tudo.

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