Pense bem antes de debochar de mim

As pessoas tentam me fazer de idiota. Eu sinto isso. Mas se não fosse a minha certeza em saber que os idiotas são elas, eu até cairia nessa. Recebi um comentário sobre um livro chamado “Como se livrar de um mau casamento”. Perguntaram-me sobre o livro, eu disse que nunca tinha lido. E mesmo sem ler, tentei avaliar apenas pelo título. Pois bem, se for por isso, sinceramente eu não leria nunca, porque, como obedecer uma conduta que na verdade te induz a uma coisa ruim? Se livrar de um casamento, não é uma coisa boa, jogar tudo fora, os votos, as conquistas, a fé que se tinha… nunca enxerguei como algo bom. Você pode até dizer que depende de cada situação e coisa e tal. Beleza! Eu até lhe entendo também, mas no geral, se analisarmos a fundo, 98% dos casamentos se acabam porque ninguém fez nada pra mudá-los, ninguém fez nada para melhorá-los.

Eu rebati com outro livro chamado “O Desafio de amar”. Não vou comentar sobre ele, pois não é minha intenção propagar nenhum livro, mas é de extrema importância que qualquer casal que esteja passando por problemas no casamento o leia.

É triste ver que pessoas não acreditam mais no amor. Por mais que as coisas estejam difíceis, sempre a crença deve prevalecer. Jesus ao ser crucificado, passou por muitas provações, Ele foi testado para saber se era realmente o filho de Deus. Não seria diferente conosco. Quando vejo nesse mundo sujo pessoas levando suas vidas de uma forma errônea e curtem isso como se fosse algo normal, percebo que jamais elas entenderão que suas infelicidades são derivadas de suas falhas. Não é imposto, é opção. Você pode escolher ser alguém que não acredita no amor, mas irá ter que arcar com as conseqüências. Eu não. Acredito no amor em sua plenitude e “n” formas. Se algo deu errado e isso te fez desacreditar, renove-se. Encontre outra forma de amar, e se essa outra forma desaparecer como num passe de mágicas, busque outra. A ideia do amor não é permanecer pra sempre, ininterruptamente. É renovar. É ver que acabou, mas com novas promessas surgidas. É acreditar que nos braços da esperança é possível se reencontrar.

Por isso quando vejo um livro com o título “Como se livrar de um mau casamento” penso nas inúmeras criaturas que se deixaram levar por ele. Tem gente que possui o dom da discórdia. E prolifera isso. Faz-se ser o tomador da verdade.

Pra muita gente ainda é tempo, pra alguns o limbo é moradia. Basta um empurrãozinho…

Eu desafio todos a amar. A acreditar. Se você for fraco não vai chegar até o fim, pois só os fortes sobrevivem. É muito mais fácil dar um xeque-mate no casamento, ou em qualquer relacionamento que seja do que lutar por ele, pois lutar dá trabalho, requer força de vontade. É pedir muito sacou?

Agora imagine que seu problema seja a luz acesa na sala de uma casa. Do outro lado da rua, você consegue ver que a sala está acessa, não? Pois bem. Agora imagine que você está no outro bairro, em um local mais alto e ao longe consegue enxergar um número de casas com suas luzes acessas e entre elas você vê a sua casa, iluminada por dentro. Certo. Até agora está muito fácil enxergar a luz mesmo com todas as outras salas das outras casas também acessas. Mas estamos viajando de avião agora e no voo conseguimos visualizar pequenas casas lá em baixo, como num jogo de RPG, e ao fixar seu olhar, lá está sua casa que continua iluminada. Agora vamos pra bem longe, na imensa imagem que temos do mundo, a grande bola azul, como numa pesquisa no Google Mapas, lá está o mundo com alguns pontos iluminados. Daí você olha para o país em que vive e em seguida para o ponto que considera o local correto onde mora. Pois bem, você verá vários pontinhos de luz, as vezes manchas brancas. Você só tem a certeza de que aquelas manchas brancas são conseqüências de milhares de luzes juntas. Só. Mas mesmo com todo esforço jamais conseguirá ver sua casa com sua sala acessa. Esse é o seu problema em meio a tantos outros. Pois quando se percebe a dimensão da coisa, e quando distante se consegue ver o tamanho do problema, percebe-se que tão pouco ou tão pequeno ele é. Num relacionamento os problemas são os pequenos detalhes a serem resolvidos com diálogos. Não se chuta um balde só porque ele está vazio. Se a fonte secou, basta preenche-lo outra vez com amor. Aos poucos… não se precisa correr, pois requer paciência. Deixar de lado pode ser bom por um momento, pode-se achar que está se aproveitando o tempo perdido e coisa e tal, mas será que não é mais saboroso lutar pelo que um dia foi conquistado. Quando se está no início, há a conquista, o afeto, a luta, o desejo… porque não renovar tudo isso?

Pensem bem e antes de debochar de mim com risadas falsas, olhe bem para o seu umbigo e veja o quão ele é feio. Se quiser continuar a ler esse tipo de auto-ajuda, vai fundo! Eu não ligo. Você não faz parte da porcentagem de pessoas que pretendo salvar. Ser fiel ao propósito requer isso mesmo, ser testado. Sou testado todos os dias por parecer careta. Mas há quem diga sobre os poetas malandros da Lapa que falavam de lua e de amor e não são caretas por isso. Não sou malandro… longe de mim. Mas o que penso dos que acham serem malandros por acharem que sou otário em não viver uma vida de constante festa?

Para esses meu eterno desaconselho.

São fúteis.

São expertos demais para enxergar a própria ignorância.

São sem amor.

Pronto. Não lhe devo mais nada.