Hoje lembrei de uma música por culpa de uma situação em que estou vivendo. Ainda no forno. Passando do ponto. A música é cantada pela Cássia Eller e se chama “malandragem”. Acho que todos conhecem, é famosa. O trecho é adequado.
“Quem sabe o príncipe virou um sapo, e vive dando no meu saco, quem sabe a vida é não sonhar…”
Eu fiquei pensando nisso o dia inteiro. Muito mais na segunda parte do verso. Eu, que escrevo tanto sobre o futuro, sobre ideais e particularmente sobre amor e sua magnitude, que nos possibilita a viajar, tanto no tempo quanto em pensamentos, passei a desacreditar em tudo o que escrevi até o momento. Não de fato desacreditar, mas por em pratica minha indecisão sobre.
Voltando para a primeira parte do verso, sigo com a ideia de que não sou príncipe. Nunca fui. Nunca vou ser. Estou mais pra um sapo rejeitado do que um herói de nariz fino com seu cabelo que voa. Nunca fiz questão também, porque quando me idealizam demais acabo tendo medo de desapontar. Eu sempre procurei ser a simplicidade em pessoa para não ocorrer de esperarem de mim algo magnífico, esplendoroso. Sou fiel aos meus princípios e acho que isso é o grande problema.
Princípios.
Preciso me desprender deles ou acabo sozinho.
Sozinho…
Isso me fez lembrar outra música que eu acho bacana demais cantada pela Maria Rita e se chama “Cara Valente”. O trecho que cito aqui é um prefácio do que pode estar por vir.
“Não, ele não vai mais dobrar, pode até se acostumar, ele vai viver sozinho, desaprendeu a dividir. Foi escolher o mal-me-quer, entre o amor de uma mulher e as certezas do caminho. Ele não pode se entregar e agora vai ter que pagar com o coração…”
De certo modo eu mantenho minha defensiva aguçada. Basta um erro fatal e tudo vem à tona, mas como dizia o grande poeta Wilson das Neves: “Eu quero mais é que o mundo se acabe em barranco que é para eu morrer escorado”
E assim caminha a humanidade. Apesar do pesares, mesmo que alguém me faça sofrer, eu não consigo devolver na mesmo moeda e me preocupo com a outra pessoa. Eu não gosto de magoar porque odeio ser magoado. Não gosto de maltratar corações já partidos. Mas não posso me enganar. Tenho que ser verdadeiro, assim como um homem de caráter. Algo está travado na garganta faz uns 3 dias e não foi a espinha de peixe que engoli com rapidez pela fome. É na verdade algo que passou a me incomodar, e o culpado disso tudo sou eu. Ninguém mais do que eu. Tenho que rever algumas coisas, revirar por debaixo do tapete, procurar a sujeira escondida. Tenho que fazer isso tudo mas sei que para isso preciso me despentear e acabar com essa visão de príncipe em que me rotularam. Eu quero ser amado não por ser um príncipe, mas por ser um Ogro.
Em um papo com um amigo de infância, com direito a uma loira gelada num calor de quase 40 graus, obtive a seguinte informação valiosa do dia: “Mulher pra gostar de você, vai ter um monte, amigo. Mas pra te aturar, só uma!”
É.
Tem razão.
Mas não se sabe disso tão depressa. O tempo é precioso nesse momento. Quando se tem dois caminhos é melhor parar e pensar antes de tomar qualquer decisão. Enquanto isso, pego palavras no ar para formar meu quebra cabeça das qualidades, buscando um meio de revitalizar meus sentimentos abafados.
- Compreensão Amizade
- Carinho
- Desejo
- Boa Companhia
- Simplicidade
- Fortaleza
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