Solitário

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Só. Outra vez só.
Mais um comentário solitário.
Mais uma noite sem dormir.
O problema não sou eu. O problema não é o outro.
A interrupção dos alicerces é que se fortalece.
O barato é curtir a vida, não ficar parado. E enquanto isso…
O esqueleto se movimenta, não pára. Cai e se levanta. Não dorme.
Mas quando chego em casa e invado meu quarto percebo mais uma vez só:
É tarde e não há mais toque, não há sabor, não há ninguém.
Apenas eu e as sombras que se formam pelo encontro entre os galhos das árvores e o farol.
As sombras surgem a cada 30 segundos. Movimentam-se na parede. Somem.
Não há companhia. Será assim até o amanhecer. Será assim durante vários longos anos.
Até que surja alguém, que assim como eu, acredite. No amor.
Oxigênio. Altura. Causa. Conseqüência. São inúmeros resultados.
De quando em quando, ouvirei um sussurrar no meu ouvido e meu corpo irá se tremer.
É nessa hora que entro em cena, assim com imaginei em meus sonhos, a mulher, a ideal.
A causa.
Não há sentimento que me alegre. Todos me deprimem.
São muitos pesos sobre mim. Há muito que reparar.
Dor do mundo me faz ser diferente. Me faz só. Como citado. Feito cilada.
E por mais que eu altere meu estado. Pra melhor. Não há jeito. Porque compartilho.
O que não é meu. O que é dos outros.
Nesse instante em que me pego pensando, deliro. Enfraqueço.
Tento maquiar meu semblante. Tento maquiar meus ideais, minha voz, meus movimentos.
E consigo. Por um dia. Por um final de semana. No meio de gente. Apenas.
Porque quando estou só. Outra vez só.
É mais um comentário solitário.
É mais uma noite sem dormir.

Poema escrito por Leonardo Lima.

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