Na dor é que a gente enxerga

Hoje vi um texto pequeno que poxa, me fez pensar pra caramba em tudo. Nesse mês de novembro que passou eu posso resumir ele com uma pesada palavra, sozinha, única, mas que carrega consigo o fardo do mundo. Essa palavra é "DOR". Recentemente eu tive problema de cálculo renal, e vou falar pra vocês que eu pensei que estava indo dessa pra pior melhor. A dor era tão forte que depois descobri que é bem parecida com a dor de um parto. Foi aí que eu me diminui perante as mulheres e percebi o quanto elas são fortes e guerreiras. Eu sempre disse que minha esposa teria meus filhos com parto normal, pois é assim que teria que ser, natural. Hoje eu penso diferente, penso em como estão certas as mulheres que opinam por terem de outro modo.
Mas o assunto não é esse, o fato é que nesse tempo eu pude perceber quantas pessoas eram de verdade realmente minhas amigas. E como são poucas. quando vejo as fotos do meu aniversário, se não me engano em 2009, vejo como aquilo tudo era uma fantasia imbecil, em achar que todos ali eram meus amigos do peito, churrasco, cerveja gelada, samba... Eu jurei pra mim mesmo que não faria mais deste blog o meu diário pessoal. Mas a tristeza é tanta que resolvi abrir o peito. Nas horas que você mais precisa, na dor, no medo, você se dá conta que não tem quase ninguém ao seu lado, lhe dando força, lhe contando histórias, ou apenas em silêncio dividindo aquele sofrimento com você. Eu passei onze dias dentro de um hospital, cheio de picadas na veia, colocando tudo que eu comia ou bebia pra fora, passei por três cirurgias, sem dormir direito, fiquei por horas sem sentir meu corpo dos ombros até os pés, fiquei dias sem ir ao banheiro. Pois é contando assim parece ser até triste, mas foi muito pior. E se pela família, aquele que de vez em quando a gente briga, discute, dá bronca, se estressa... se não fosse por ela, hoje eu não estaria aqui, super bem, contando essa história. E ao meus amigos que vieram me visitar, me trazendo palavras de amizade, piadas e risos, agradeço cada segundo que passamos juntos, aos que me ligaram ou perguntaram, também agradeço de coração. Mas aqueles que não disseram nada, que mesmo sabendo se esconderam atrás de cortinas de falsidades, obrigado também, porque com vocês descobri que podemos nos enganar facilmente, que somos tolos em acreditar demais, que precisamos ter mais pés no chão. Eu falo isso porque me decepcionei muito com amigos que se diziam amigos e que no fim fingiram que não eram com eles. Amigos de copo, de festinhas, de noites à fora, esses não valem meu um centavo sequer. por isso eu fico com um texto do Pedro Bial, e finalizo minha indignação. um ano novo se aproxima, vivemos para aprender com os erros e acertar no próximo ano.

Pedro Bial, escritor e apresentador de TV.
É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é farto e o chopp gelado. É fácil amar o outro nas férias, no churrasco, nas festas ou quando se vê de vez em quando. Difícil é amar quando o outro desaba, quando não acredita em mais nada e entende tudo errado. Quando paralisa, perde o charme, o prazo, a identidade e a coerência. Nessas horas se vê o verdadeiro amor, aquele que quer o bem acima de tudo. É esse amor que dura para sempre, na verdade esse é o único tipo que pode ser chamado de amor.

Um abraço de Urso.

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