É inevitável, quando a bateria
do celular está acabando e não se pode mais brincar de joguinho, nem twittar
besteiras de #comoaluzfazfalta e passar o tempo postando coisas no blog sem
sentido. Pois bem, esse é um texto escrito no meu notebook quase sem bateria e
postado depois para você.
Como eu disse o passado tem
dessas coisas, ele sempre aparece para você quando se está sentado em um ônibus
voltando pra casa em uma viagem longa. Ou em um carro, ou quando a luz acaba,
como é o meu caso, hoje. Ele deixa seu olhar distante, as unhas em sua boca,
como quem fosse devorar todos os dedos, a mente fervendo, relembrando casa
momento. Ruim ou bom. A nostalgia é inevitável. E como se já não bastasse, a
saudade vem e destrói toda a supremacia do seu dia em segundos e derrama
lágrimas em seu rosto, quase sempre com alguém vendo. Quando se está sem luz, a
sua tia aparece em sua mente, de outro mundo, informando que está tudo bem com
ela, e que você não precisa se preocupar, pois no lugar de onde ela veio, é
lindo e sereno. Não é nenhum pouco brega, algumas pessoas podem se identificar
muito com o que eu estou dizendo. Portanto, se liga, que de alguma forma a
saudade vai te apertar o peito, por alguém que já se foi, ou por alguém que
você deixou passar e que hoje está com outras pessoas, sendo feliz e curtindo
tudo aquilo que poderia ter curtido com você.
Mas saudade também pode ser
daquelas rasteiras, que não se voa alto, que faz cinco minutos que você deixou
pra trás e ela já está ali, forçando a barra pra te avisar que alguém é muito
importante pra você.
Saudade e passado cavalgam
juntos. E o cavalheiro pode ser você, a espera da dama de sua vida.
Eu sinto saudade nesses
momentos em que estou só, no quarto, sem luz. Principalmente do beijo que dei há
algumas horas atrás em minha namorada. Ela me faz muita falta. De vez em quando
eu ligo pra matar essa “saudade” monstruosa. Porque sei que existem milhões de
tipos de saudade, a passageira, a aguda, a que dói ligeiramente e te faz sorrir
ao mesmo tempo. A boa, a ruim…
O fato é que saudade é saudade.
O que muda é a condição vivida por ela. E isso mexe com a importância que ela
representa em sua vida, por exemplo, para um preso, o mundo aqui fora é uma
saudade partida, que nem coração sofrido. A frustração é imensa por não poder
estar em contato, talvez durante uns 20 anos.
Acho que a pior saudade é
aquele que nos relembra algo de muito tempo. Aquela que te faz pensar em alguém
que já se foi pelo menos há uns 10 anos atrás. Porque saudade recente não arde
tanto no peito, ainda pode-se lembrar dos detalhes, nossa memória ainda é viva
o bastante para nos confortar.
Eu poderia falar sobre o
futuro, nesse quarto sem luz, sem vento, com meu celular quase que sem bateria,
acontece que a única coisa que quero do meu futuro é que ele faça voltar a luz
em algum momento seu. Isso seria assunto para outra hora, porque escuro, vela,
sombra, suor, nada tem haver com algo doravante. A ideia aqui é passada.
Relembranças… diferente da proposta desse blog, esse “post” é apenas para
demonstrar o quanto o passado e a saudade pode nos conduzir a um olhar
diferente sobre o mundo, um olhar mais "macro do negócio". Você não dá atenção
com milhões de coisas para se fazer, então segue a dica, desligue o disjuntor e
experimente.
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