Peça faltante.

“Ligo ou não ligo? Ligo ou não ligo?”

Ela não deve estar pesando em mim. Ela não quer mais saber de nada! Eu fico aqui que nem um bobo, pensando nela. Fico me perguntando como ela está, se ela tem se alimentado, se está feliz ou triste…

Quando eu era pequeno, achava que amor era beijo na boca, porque meu corpo insistia em me proporcionar uma dormência nos lábios e um frio na barriga. Fui crescendo e acrescentando na minha receita de bolo, os ingredientes que faltavam para, aí sim, se ter a massa definitiva. O que eu sentia quando criança eram apenas detalhes de algo maior, particularidades que jamais conheceram o todo. O Amor. Completo. Inquebrável.

Fui somando, juntando as peças, o vocabulário, os desejos, as reações, os agrados, as conquistas… mas sempre achei que faltava alguma coisa. Não sei se você consegue me entender, mas… era como se montássemos a nossa árvore, no Natal, e deixássemos de colocar aquela última peça, depois de já enfeitada com anjos, presentes, colares dourados e prateados, instrumentos de banda… lembramos daquela última peça, a estrela no pico do pinheiro ou a foto da família reunida. É assim que eu me sentia, uma árvore de natal faltando a estrela pra completar sua beleza, sua magia…

Hoje, imagino que achei a peça que faltava, mas não depende de mim colocá-la. E talvez eu fique incompleto, sem vida. Minhas mãos estão atadas, meus pés não correspondem. Quando eu pensar em subir as escadas, verei o quanto frágil é minha intenção. Luto, sabendo que o meu limite é e sempre será abaixo das estrelas.

“Quando soube que algo fugiu do meu alcance, culpei a mim mesmo. Castiguei-me. Hoje sou folha morta.”

Quem sabe, a qualquer momento, ela decida que deva me ligar e eu ouvirei a saudade, tão doce como o paladar de uma criança. E eu saberei que ela me ama, pelo menos naquele instante.”

Enquanto isso, terei que me conformar. Olhar para o abismo e ver que a única coisa que responde, é o eco. Faz parte da minha missão, a missão que tanto revelo. Todos sabem de minha ilusão, todos sabem o que quero. Até ela sabe. Vivencio cada segundo na esperança de buscar o meu lugar como muitos.

Pode ser que eu tenha a resposta que tanto procuro, daqui a alguns dias, daqui a alguns meses, daqui a algumas horas... pode ser ela a estrela, a peça faltante, a mulher que tanto imaginei em meus sonhos! Sabe... em uma de minhas conversas com Deus perguntei a Ele se de alguma forma ela me daria o ultimato, pra que todo esse nervosismo causador de minha gastrite emocional fosse embora. É certo que não seria tão simples assim, a resposta depende de minha atenção aos pequenos detalhes, e me parece que, quanto a isso, Deus os reservou muito bem. Os detalhes estão escondidos como poeira pelos cantos, e independente de minha habilidade para varrer, sei que irá ser difícil encontrar, caso dependa só de mim. Existem coisas que só se concretizam quando há dois corações. E diferente de quando eu era pequeno, o beijo desvaloriza aquilo que imaginamos como sentimento único, ele passa a ser apenas representativo, pois quando falamos de amor, essa parcela se anula, queremos o épico, o inimaginável, ou quem sabe como nos filmes, com o desejo de que não dure duas horas, apenas.

“E como será isso? Como será daqui pra frente? Ficarei a seguir seus passos, a seguir seu caminho feito uma sombra? Não desejo fazer parte do seu dia-a-dia, desejo ser o seu dia-a-dia, sua rotina... a pessoa ao lado, não seu seguidor... aquele que se doa constantemente a seu favor, tentando confortá-la nos momentos que precisa, nos momentos de dor, ou de alegria, desejo ser sua alegria... desejo ser tudo isso e muito mais.”

Mas vivo nessa incógnita, na mesma batida de tecla. Há coisas que já escrevo de olhos fechados. São as mesmas frases, os mesmo dilemas. E se um dia eu ouvir sua voz me chamando para viver algo bom, serei realizado, não como alguém que acaba de ganhar aquilo que mais queria neste mundo, mas como alguém que acaba de perder tudo aquilo que fazia dela, um ser triste, pelo óbvio e simples fato de não ser feliz. Mais óbvio do que isso, são as palavras confortantes de um grande amigo, que no momento de minhas maiores angustias, soube dizer como um anjo, o que mais necessitava meu coração.

Entrego-lhe minha ausência e minha falta de oportunidade, esperando que ela leia esta lauda, dissolvida entre horas a fio, entranhada com meu suor, sucumbida por meu esforço em escrever. Morro por aqui, o autor, dando vida a outra lauda, confortante, verdadeira... lauda de Eli.

Enquanto isso permaneço incógnito, pensativo:

“Ligo ou não ligo? Ligo ou não ligo?

Ela não deve estar pesando em mim.

Quem sabe, a qualquer momento, ela decida que deva me ligar e eu ouvirei a saudade, tão doce como o paladar de uma criança. E eu saberei que ela me ama, pelo menos naquele instante.

E como será isso? Como será daqui pra frente? Ficarei a seguir seus passos, a seguir seu caminho feito uma sombra?

Pelo amigo Eli.:

“Ser feliz é o que todos buscam. Conhecer alguém (ou reconhecer) é ampliar o círculo. Seja de amizade, de amores, de desafetos... Afinal, a vida, como voltarei a falar no final deste texto, é um imenso aquário... Mas, nem sempre nadamos com peixinhos dourados.

As pessoas fazem conosco o que permitimos. Sei disso porque sinto na pele... Sei que permito mais do que deveria a alguns e menos do que poderia a outros... Mas NÃO há dose certa... NÃO há fórmula. Descobrimos por nós mesmos, com o tempo e com a ousadia de tentar.

E isso é pra dizer o seguinte: pra algumas pessoas, indiferença, para outras, amor.

Se a pessoa gostar de você e acreditar que você é o cara certo (e isso é relativo) pra namorar, deixa ela mostrar isso. Você já deixou claro, já mostrou sua intenção... Se ela acreditar em você, vai entender. Tudo bem, você vacilou em algum momento? Certo. Pode ser que algo tenha ficado estremecido e é claro que seria destilado algum veneno, na intenção de atrapalhar. Mas já foi, aconteceu e agora é consertar.

Se ela te ligar, conversem. Se ela não te ligar, não sofra. Aprendi com a vida que “se alguém não te tem é porque não te merece”.

Talvez seja incisivo, demasiado duro, mas é real, amigo.

A vida continua e você NÃO pode deixar de acreditar no amor ou nos sonhos porque alguém não te respondeu com todos os pontos e virgulas que você gostaria.

Calma, aguarde e deixe acontecer.

Quanto a ter sorte no amor... Balela! Amor não é sorte, é conquista.

Mas tem que valer a pena e, quando vale, a gente sabe. Se algo desanda, logo achamos o ponto novamente. E se não achamos é porque não era pra ser. Mas a culpa não é de ninguém. Não deu e ponto.

Ser feliz é tudo que se quer... Pra nós e pros outros... E ser indiferente também é uma forma de dizer “seja feliz porque eu quero ser”.

Costumo dizer que a vida é feita de escolhas. Faça a sua parte, isso já é bastante significativo. NÃO procura ser perfeito, NÃO procure culpados, NÃO queira ser o que os outros esperam. Porque, como digo, esperam de nós o que não conseguem ser. Então, seja você mesmo com uma pequena dose de bom senso pra identificar com quem, quando, como e porque mudar.

Como falei, pra tudo tem jeito. E o que você fez foi perfeito. Deixar DEUS lhe dar direção. Nada é por acaso. Assim eu acredito.

Não creio que seja por acaso eu estar escrevendo esse texto enorme e confuso pra você... Porque sei que, por mais confuso que possa parecer pra alguns, falamos a mesma linguagem e você, que é a quem este texto importa, vai entender.

Não deixe que os outros decidam sua felicidade... Ser feliz nem sempre é dizer SIM pra tudo.

Sabe… Passei grande fase da minha vida questionando fatos e atitudes dos outros e até minhas.

Questionava porque não era assim, porque não era assado e tudo mais… Assim como você eu me sentia uma esponja pros sentimentos ruins e problemas dos outros. Assim como você, me faltava algo que eu acreditava que “OS OUTROS” me dariam, me mostraria ou me levariam até.

Na verdade o que eu buscava era estar em paz comigo e isso só consegui quando olhei pra mim, minuciosamente, me descrevi como era e me idealizei como “GOSTARIA DE SER”. E, amigo, acredite, deu certo!

Não procure explicações pras coisas que acontecem. Não to dizendo pra você não questionar, nunca deixe de questionar. Mas a grande e fundamental questão é “QUEM É VOCÊ?”. Quando sabemos quem somos e o que buscamos, temos uma grande parte da solução em nossas mãos.

Estar feliz é estado de espírito. Não adianta fazer coisas que pareçam normais só porque é assim que todos se comportam, se essas coisas não nos completam. Você precisa estar bem pra que tudo te faça bem. Até mesmo levar o cachorro pra defecar na rua pode ser divertido, acredite, se você estiver bem pra isso.

Então, procure soluções dentro de você. O que diz seu coração? Ouça-o mais porque ele raramente se engana. Questione, não a vida, não as outras pessoas mas você mesmo. O que você fez ou faz de melhor não importa. Importa o prazer que isso te proporciona. Importa quem você realmente se torna ao fazê-lo. Importa se você se sente grande. E se você se sente grande, não por soberba, mas por se realizar como pessoa sensível, sonhadora, dedicada ou o que quer que seja, é esse o melhor. Por menor que seja a atitude, por mínimas que seja as palavras, por mais simples que seja o traço, sempre há de levar uma mensagem. Mesmo quando se diz saúde por um simples espirro, pode ser TUDO o que alguém precisava ouvir naquele momento.

Então, amigo, sonhe ir pra França, não pra fugir dos problemas ou das pessoas mas pra lembrar delas com saudade e trazer novas histórias da sua vida. Sonhe ir pra Roma, não pra se esconder em ruínas mas pra descobrir o quanto vale ter os olhos abertos pra tudo de melhor que caminha em nossa direção. Vá pro Egito, mesmo que em pensamentos, e sinta as areias sob seus pés.

Mas faça por você!

Brinque, sorria, chore, grite, cante, dance... Deixa os outros olharem. Quem realmente importa é você. E se existem dúvidas e dois caminhos, olhe pra o que te leva a seu objetivo... Seja qual for. E NÃO escolha atalhos... Nem sempre chegamos mais rápido ou mais forte pelos atalhos.

Enfim, não se sinta um peixe fora dágua porque a vida é isso, um imenso aquário onde temos que aprender a ser grandes como as cachalotes, velozes como golfinhos, ferozes como os tubarões, alegres como os palhaços, companheiros como as sardinhas mas sem perder a grandiosidade dos cavalos marinhos. Entendeu?

Talvez eu tenha falado um monte de baboseiras. Talvez eu tenha dito algo útil. Mas o que me importa, é a sua verdadeira mensagem...”

Eli Oliveira.